Depois da morte deste Rei D. João 1º de nome lhe sucedeu o Príncipe D. Affonso 1º chamado por Rey na Cadeira do Congo e logo que tomou posse, ordenou botar fora todas Idolatrias e mais superstições que adorava o seu povo, dizendo que em toda parte do meu Reino tenho proibido, que não haja Ídolos; todos meus Duques, Marqueses e Condes, Cidades e Províncias, causa mínima que seja de Idolatria e feitiçaria, que chegue ao meu conhecimento, os punirei rigorosamente com castigo da morte e por que só adoraremos a um só verdadeiro Deos e assim foi cumprida a sua ordem, ficou o Reino todo limpo da Idolatria e tão firme na Nossa Santa Fé Católica, somente sua própria Mãe que lhe deu o ser é quem não quis largar um idolozinho (...) porque diria o Rey: o que dirá o povo que nós botemos fora os Ídolos, e a Mãe do Rei é quem não quer cumprir a sua ordem (...). E como o Rei sempre constante e firme na Fé de Cristo Senhor Nosso não quis ter uma Mãe Idólatra e Infiel e decidiu finalmente de ter Cristo por sua Mãe do que uma traidora contra o verdadeiro Deus que cremos firmemente. Pelo que mandou cavar uma sepultura de fronte da Igreja de São Miguel e estando ali presente o Rei com todo o seu povo a boca da Cova e mandou chamar sua Mãe que viesse naquela Igreja assistir a umas vesperas, que se faziam de um Santo, mandou-lhe mostrar o lugar em que estava aparelhada a Cova para a sua morte e descuidadamente passando sobre ela deu com ela no fundo: sucedido isto, El Rei D. Afonso se levantou de sua cadeira com grande raiva, e com voz alta ordenou que a enterrassem viva, que não é minha Mãe que despreza a religião (...)
Anônimo. Princípios da Cristandade no Congo. Missões de Angola e Congo. Ano VI, Nº5, Maio de 1926.